É provável que você já tenha ouvido falar em SPDA ou para-raios, uma vez que estamos cercados de prédio e periodicamente, principalmente nos momentos de grandes chuvas, são noticiados acidentes relacionados a raios no Brasil, principalmente nas redes elétricas. O artigo a seguir, abordará, em linhas gerais, os principais conceitos relacionados a esta disciplina tão importante no ramo da engenharia e é claro que estou falando do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA).
SPDA, para que serve?
O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), também conhecido como para-raios, objetiva evitar a incidência direta de descargas atmosféricas (raios) sobre as edificações e/ou estrutura externas.
Segundo Fioratti (2021)
“O Brasil é o país do samba, do futebol e também dos raios. Anualmente, 77,8 milhões de descargas elétricas atingem o território – a maior incidência entre todos os países do mundo”. Esta informação demonstrar a importância se ter um SPDA bem projetado e executado em uma edificação.
Fioratti (2021) afirma ainda que o número citado anteriormente pode aumentar, pois segundo “[…] pesquisadores do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat/Inpe) mostraram que, entre os anos de 2081 e 2100, o valor deve alcançar a casa dos 100 milhões por ano”.
Por que instalar SPDA?
Um SPDA balizado em todas as recomendações previstas na NBR 5419, além de evitar que os equipamentos e/ou estruturas sejam danificados pelas descargas atmosféricas, proporciona segurança aos ocupantes, pois garante proteção às pessoas e animais dentro do raio de cobertura do sistema, minimizando as chances da ocorrência de incêndios ou explosões. Desta forma, faz-se necessário a contratação de uma empresa especializada para realizar a instalação e manutenções preventivas do SPDA, a fim de garantir a vida útil do sistema e, consequentemente, proporcionar maior comodidade e segurança aos usuários.
Qual norma seguir para projetar e instalar o SPDA de uma edificação?
Atualmente, a ABNT NBR 5419:2015 é a norma que trata da SPDA, sob o título geral de “Proteção contra descargas atmosféricas”, onde são apresentadas as seguintes partes:
Parte 1: Princípios gerais;
Parte 2: Gerenciamento de risco;
Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida; e
Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.
Esta Norma fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção do SPDA das edificações e/ou estruturas, bem como garantir a segurança das pessoas, animais e instalações dentro do volume protegido.
Quais os tipos de SPDA mais comuns?
Método Gaiola de Faraday
Este método consiste em instalar um sistema de captores formados por condutores horizontais interligados em forma de malha, conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Método Gaiola de Faraday
Método de Franklin
Neste sistema são instalados captores tipo Franklin para proteger o volume de um cone, onde o captor fica no vértice e ângulo entre a geratriz e o centro do cone, variando de acordo com o nível de proteção e a altura da edificação, conforme mostrado na Figura 2.
Figura 2 – Método de Franklin
Método da esfera rolante.
Este método de proteção consiste em simular o rolamento de uma esfera com raio pré-definido em função do nível de proteção do SPDA, sobre a edificação, conforme pode ser observado na Figura 3.
Figura 3 – Método da esfera rolante.

Engenheiro Civil, Pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, Pós-graduado em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico, Graduado em Administração, Técnico em Edificações, Técnico em Eletrotécnica, Sócio Proprietário e responsável técnico da CDC Projetos, Engenharia e Consultoria Ltda., Especialista na elaboração de Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), Especialista em Vistorias para aquisição de Alvará de Licença do Corpo de Bombeiro (ALCB), atua a mais de 13 anos na área de prevenção e combate a incêndio no Estado do ES.
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2015.
Disponível em: <http://nfeng.com.br/instalacoes-eletricas/quais-tipos-de-spda-existem/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
Disponível em: <https://engenharia360.com/tudo-sobre-spda/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
Disponível em: <https://genexatas.com.br/protecao-contra-descargas-atmosfericas/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
Disponível em: <https://inovatechej.com/spda/?gclid=CjwKCAiAksyNBhAPEiwAlDBeLAfu_Xkn-r4-DZg2X8zZJqMzuCnDeDv78Xft0a45vvbEtOd7eg12YxoCvIgQAvD_BwE>. Acesso em: 10 dez. 2021.
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Disponível em: <https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-spda-sistema-de-protecao-contra-descargas-atmosfericas/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
Disponível em: <https://www.sabereletrica.com.br/protecao-por-gaiola-de-faraday/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
Fioratti, Carolina. Incidência de raios no Brasil deve chegar a 100 milhões por ano no fim do século. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/incidencia-de-raios-no-brasil-deve-chegar-a-100-milhoes-por-ano-no-fim-do-seculo/>. Acesso em: 10 dez. 2021.